quinta-feira, 13 de outubro de 2016

Palestra Prof. Alexandre Mendonça Munhoz no III São Paulo Breast Symposium
15 anos de Experiência com a Via Axilar em Cirurgia de Aumento de Mama com Prótese de Silicone Redonda e Anatômica
World Trade Center - WTC, São Paulo


São Paulo Breast Symposium, WTC-SP, Simpósio de Cirurgia de Mama Estética e Reparadora no World Trade  Center 2016
São Paulo Breast Symposium, WTC-SP, Simpósio de Cirurgia de Mama Estética e Reparadora no World Trade  Center 2016
Realizado no período de 29, 30 de setembro e 01 de outubro de 2016, o III São Paulo Breast Symposium (III SPBSS), no World Trade Center (WTC) de São Paulo. Semelhante aos anos anteriores, de 2015 realizado no Instituto Brasileiro de Controle do Câncer (IBCC) e 2016 realizado no próprio WTC, o III SPBSS foi formatado de maneira a manter uma maior interação possível entre palestrantes consagrados na área de cirurgia estética e reparadora da mama, e a platéia formada por essencialmente por cirurgiões plásticos com experiência na área mamária. Este ano o evento contou com mais de 60 palestras, divididas em 20 sessões ou painéis com 3 apresentações cada, fato este que permitiu maior ênfase a discussão entre os palestrantes e, sobretudo com a audiência.

Prof. Alexandre Mendonça Munhoz, durante o São Paulo Breast Symposium (SPBSS), WTC-2016, Simpósio de Cirurgia de Mama Estética e Reparadora, Protese de Mama, Implante de Mama Silicone, Mastoplastia de Aumento, Hospital Sírio-Libanês.
O Professor Alexandre Mendonça Munhoz, co-chairmen do III SPBSS e um dos responsáveis pelo programa científico, realizou no evento duas palestras relacionadas à cirurgia estética da mama com o uso de implantes de silicone, e duas moderações de painéis, relacionadas à novas tecnologias em cirurgia de mama, e emprego de enxerto de gordura como procedimento em cirurgia mamária.

Prof. Alexandre Mendonça Munhoz, no São Paulo Breast Symposium, WTC-2016, Simpósio de Cirurgia de Mama Estética e Reparadora, Protese de Mama, Implante de Mama Silicone, Mastoplastia de Aumento, Hospital Sírio-Libanês.
Abordando sua experiência de 15 anos com a via de acesso axilar, o Prof. Alexandre Munhoz, mostrou os aspectos técnicos, indicações e resultados com o emprego da técnica no aumento mamário com implantes de silicone, redondos e anatômicos (em gota). Segundo o Prof. Munhoz, sua experiência apresentou constante mudanças e evoluções em relação a preferência pela via de acesso e o formato do implante mamário. Desta forma, no início da década de 2000 havia uma maior preferência por implantes redondos e ausência de indicação para via de acesso axilar. 

Prof. Alexandre Mendonça Munhoz, em palestra sobre Via de Acesso Axilar e Implantes de Silicone, no São Paulo Breast Symposium, WTC-2016, Simpósio de Cirurgia de Mama Estética e Reparadora, Protese de Mama, Implante de Mama Silicone, Mastoplastia de Aumento, Hospital Sírio-Libanês.
Com o aprimoramento da técnica, o advento do uso do endoscópico e a identificação de sub-grupos de pacientes que teríam melhor benefício com formatos de implantes distintos, houve um aumento do emprego do implantes anatômicos e o início do uso da via de acesso axilar. Com a evolução destes aspectos, atualmente na experiência do Prof. Alexandre Munhoz, o uso da via axilar representa 80% e o emprego de implantes anatômicos quase 50% dos casos clínicos. 

Prof. Alexandre Mendonça Munhoz, durante aula sobre Via de Acesso Axilar e Implantes de Silicone Redondos e Anatômicos, no São Paulo Breast Symposium, WTC-2016, Simpósio de Cirurgia de Mama Estética e Reparadora, Protese de Mama, Implante de Mama Silicone, Mastoplastia de Aumento, Hospital Sírio-Libanês.


Essa experiência resultou em duas publicações indexadas, quais sejam a experiência inicial com emprego de implantes de silicone redondos e uso da via axilar (Aesth Plast Surg, 2005) e a experiência mais tardia com uso dos implantes anatômicos e emprego da via de acesso axilar (Clin Plast Surg, 2015). Em ambas as publicações, foram analisadas a técnica cirúrgica, aspectos relacionados ao planejamento e resultados cirúrgicos com evolução a curto, médio e longo prazo.


Entre os principais benefícios relacionados a via de acesso pela axila, merece destaque o posicionamento da cicatriz em região distante da mama, e desta forma a completa ausência de cicatrizes pós a colocação do implante de silicone, nas áreas mamárias. Em pacientes com pouca definição do sulco infra-mamário ou em pacientes com assimetrias do sulco, a via axilar permite maior precisão na definição do neo-sulco uma vez que não há cicatrizes nesta região.
Prof. Alexandre Mendonça Munhoz, durante a moderação no São Paulo Breast Symposium, WTC-2016, Simpósio de Cirurgia de Mama Estética e Reparadora, Protese de Mama, Implante de Mama Silicone, Mastoplastia de Aumento, Hospital Sírio-Libanês.
Associado a esses aspectos, e as vantagens relacionadas a via axilar e já enfatizadas em publicações prévia, o Dr. Munhoz salientou o consenso publicado previamente e já exposto neste blog, o DELPHI Consensus sobre o uso de implantes anatômicos, o qual coloca as principais indicações e contra-indicações dos implantes. 
Neste consenso, pacientes que desejavam menores aumento de polo superior de mama, e que apresentavam insuficiência de polo inferior da mama, com constrição desta área ou mesmo aspectos relacionados à mama tuberosa ou semi-tuberosa apresentaram os maiores índices de concordância na opinião dos especialistas participantes em relação a indicação e contra-indicação destes implantes. Ademais, foram discutidos alguns aspectos relacionados à indicação atual dos implantes anatômicos e redondos. Desenvolvido pelo Prof. Alexandre Munhoz, o Diagrama de Critérios de Indicação, permite identificar sub-grupos específicos de pacientes de acordo com o volume do polo superior da mama, a espessura tecidual e o volume mamário desejado pela paciente. 


Prof. Alexandre Mendonça Munhoz, durante a moderação no Painel de Implantes de Mama no São Paulo Breast Symposium, WTC-2016, Simpósio de Cirurgia de Mama Estética e Reparadora, Protese de Mama, Implante de Mama Silicone, Mastoplastia de Aumento, Hospital Sírio-Libanês.

Neste sentido, há a possibilidade de identificação de um grupo de mulheres, denominadas na classificação de sub-tipo I, a qual desejam um maior volume no polo superior, apresentam maior espessura tecidual (glândula mamária e tecido adiposo), e não desejam grandes aumentos em relação ao volume do implante. No outro extremo, são as mulheres mais magras, preferencialmente atletas, com baixo índice de massa corpórea (IMC), e que não desejam grandes volumes ou maior proeminência do polo superior, denominadas estas de tipo IV, de acordo com o diagrama. 
Desta forma, as pacientes do tipo I teriam maior benefício com os implantes redondos, já as mulheres do tipo IV, maior vantagem e resultado estético com os implantes anatômicos. Nos sub-grupos intermediários (II e III), cada caso deveria ser avaliado individualmente e empregando outros critérios associados, podendo nestes grupos, benefícios tanto com as matrizes redondas quanto com as anatômicas.
Prof. Alexandre Mendonça Munhoz, durante a palestra no Painel de Implantes de Mama no São Paulo Breast Symposium, WTC-2016, Simpósio de Cirurgia de Mama Estética e Reparadora, Protese de Mama, Implante de Mama Silicone, Mastoplastia de Aumento, Hospital Sírio-Libanês.







Apesar das vantagens pontuadas previamente, há como em qualquer técnicas algumas limitações inerentes ao procedimento. Como em qualquer cirurgia, alguns fatores limitantes estão relacionados e que restringem a sua maior aplicação. A complexidade da técnica, os custos hospitalares e a necessidade de materiais especiais são mencionados como principais desvantagens da via axilar, sobretudo com o emprego da endoscopia na cirurgia de mastoplastia de aumento. 
Prof. Alexandre Mendonça Munhoz, durante a moderação após palestra no Painel de Implantes de Mama no São Paulo Breast Symposium, WTC-2016, Simpósio de Cirurgia de Mama Estética e Reparadora, Protese de Mama, Implante de Mama Silicone, Mastoplastia de Aumento, Hospital Sírio-Libanês.


Apesar destas limitações, a técnica apresenta benefícios em relação às técnicas convencionais. Vale ressaltar a ausência de cicatrizes na região mamária e o melhor controle no posicionamento do sulco infra-mamário como as principais vantagens advindas da via de acesso axilar na mastoplastia de aumento. Ademais, com o advento da variante técnica sem o emprego da endoscopia, torna a técnica axilar mais acessível, fato este que implica também em redução de custos cirúrgicos. De fato, e já pontuado pelo Prof. Alexandre Munhoz na publicação de 2006, a técnica promove modificações e estabelece a padronização da via axilar em mamoplastia de aumento, porém sem o emprego da endoscopia. 

Prof. Alexandre Mendonça Munhoz, durante a palestra no Painel de Implantes de Mama no São Paulo Breast Symposium, WTC-2016, Simpósio de Cirurgia de Mama Estética e Reparadora, Protese de Mama, Implante de Mama Silicone, Mastoplastia de Aumento, Hospital Sírio-Libanês.

Publicado em 2006 no periódico americano Aesthetic Plastic Surgery, o Prof. Munhoz descreve aspectos técnicos e a evolução do emprego da técnica em 60 pacientes submetidas a mastoplastia de aumento por via de acesso axilar e em posição subfascial. Por meio de afastadores especiais e marcações e posições pré-estabelecidas aprimora a dissecção na região da fáscia do músculo peitoral maior e na preservação dos vasos linfáticos e nervos da região axilar. Nesta variante técnica, sem o emprego do endoscópico, o posicionamento adequado na mesa de cirurgia além do uso de afastadores e, sobretudo, de descoladores "customizados" permitiu a completa visualização da loja retrofascial e a adequada hemostasia. 

Prof. Alexandre Mendonça Munhoz, em palestra no Painel de Implantes de Mama no São Paulo Breast Symposium, WTC-2016, Simpósio de Cirurgia de Mama Estética e Reparadora, Protese de Mama, Implante de Mama Silicone, Mastoplastia de Aumento, Hospital Sírio-Libanês.

Em pacientes brevilíneas e na colocação de implantes de médio volume, a técnica  tem se mostrado exequível, com baixa morbidade e relativa simplicidade do ponto de vista técnico. Ademais, toda a dissecção é realizada em um plano cirúrgico entre a fáscia do músculo peitoral maior e o próprio músculo. Desta forma e frente a essas evidências e somando a inúmeras outras experiências de outros autores analisando casuísticas retrospectivas podemos ponderar que a técnica da via axilar para a colocação do implante mamário de silicone encontra-se estabelecida. 

Prof. Alexandre Mendonça Munhoz, em palestra no Painel de Implantes de Mama no São Paulo Breast Symposium, WTC-2016, Simpósio de Cirurgia de Mama Estética e Reparadora, Protese de Mama, Implante de Mama Silicone, Mastoplastia de Aumento, Hospital Sírio-Libanês.

A padronização da técnica cirúrgica, seja ela com ou sem endoscopia, o emprego da via subfascial em casos selecionados e, sobretudo a atenção a anatomia e a técnica cirúrgica no que que tange a preservação neural e linfática, permite lograr resultados estéticos muito satisfatórios e com índice de complicação baixo e semelhante ao observado nos demais procedimentos empregados na mamoplastia de aumento.